sábado, 25 de abril de 2009

A paixão segundo H.H

Este poemacanção, é parte do poema "Ode descontínua e remota para flauta e oboé", da poeta paulista Hilda Hilst, publicado no livro "Júbilo, memória, noviciado da paixão" em 1974. Confesso que conheço pouco de sua obra, li algumas poesias há um tempo atrás, mas nada muito profundo. Este ano fui apresentada a sua poesia por Zeca Baleiro - diante disso - fizemos as pazes. Ele musicou os poemas, e chamou grandes vozes femininas para interpretá-los, entre essas vozes, Angela Rô Rô agracia-nos com sua bela e emocionante interpretação da "Canção V", transcrita abaixo, porém o cd todo é digno de ser dionisicamente bebido.



Quando Beatriz e Caiana te perguntarem, Dionísio,
se me amas, podes dizer que não.
Pouco me importa
ser nada à tua volta,
sombra, coisa esgarçada
no entendimento de tua mãe e irmã.
A mim me importa, Dionísio, o que dizes deitado ao meu ouvido
e o que tu dizes nem pode ser cantado
porque é palavra de luta e despudor.
E no meu verso se faria injúria
E no meu quarto se faz verbo de amor.

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