domingo, 26 de setembro de 2010

LENDO:

 "Que é Literatura" de Sartre. Como toda leitura sartreana que faço, às vezes me encontro. Sartre nesta obra faz uma reflexão sobre a atividade literária, partindo de três indagações: Que é escrever? Por que escrever? Para quem se escreve? Defende o compromisso do escritor com a sociedade, ainda que este não deixe explicito tal compromisso em seus escritos. É uma leitura bastante interessante -na verdade- é uma releitura que faço, para uma atividade acadêmica. Não é uma leitura descompromissada, se é que há quem leia Sartre/Filósofo sem compromisso.Rsss.




(Ed. Ática/ 3ª edição/ Tradução: Carlos Felipe Moisés)

Eu vou fazer uma canção de amor...bonitinha, né?


Minha paixão há de brilhar na noite, no céu de uma cidade do interior....
Como um objeto não identificado...........
                   

* "A saudade do menino entrava pela janela da varanda"



Fim da leitura de "Três casas e um rio" de Dalcídio Jurandir - encantada- é tudo que posso dizer do estado em que me acho, foi uma leitura calma e sem vontade de acabar.Conheci Cachoeira em junho passado, mas ainda não havia começado a leitura, o que hoje, acho uma pena.Fico pensando em como a leitura pode ser significativa na vida de um ser. Dalcídio viveu na margem de um rio, em uma casa humilde, um lugar distante dos grandes centros acadêmicos, agora posso entender, academia do peixe frito. Sabedoria retirada dos campos, liricidade construída do contato com a realidade. Teoria Literária? Qual o quê?Dalcídio desafia a escrita em sua prosa poética, dando  voz a personagens tão fortes que somos capazes de jurar conhecê-los: d.Amélia, Alfredo, Major Alberto, Andreza, Luciola e outros. Porém, o menino Alfredo é o grito do lirismo em Dalcídio, e os meus momentos preferidos da obra são as divagações de Alfredo, em especial quando este reflete sobre o grande mistério: a morte.Transcrevo um trecho da obra, porém vale a pena uma leitura completa.

 "Essas mortes até então passavam de largo pelo chalé, como as lanchas no rio. Às vezes, ameaçavam, como que batiam à porta, afastavam uma telha do lugar a espiar Mariinha nas noites de febre. Para Alfredo o espantalho contra as mortes era sua mãe que sabia proteger o chalé. Via naqueles braços um poder de curar que não havia em outras mulheres nem nos médicos lá de Belém, ou que passavam, tão raramente, nas lanchas dos fazendeiros. Em seu chalé, a vida estava íntegra. Isto o separava das outras casas de Cachoeira. O chalé era apenas um barco encalhado, à espera de maior inundação para poder seguir e nunca mais ancorar naquele porto. Exibia o privilégio de não ter um nome naquele poeirento e insaciável livro dos mortos do tabelião Farausto."(Três casas e um rio; Dalcídio Jurandir.1994;p.67)

P.S: A capa do livro aqui postada, não é a edição que li. Fiz foto da capa, mas não consegui anexar no blog. Como gostaria de deixar uma imagem do livro no post, peguei este na internet.
P.S: * O título é uma das últimas falas do narrador sobre a impressão do menino Alfredo ao deixar o chalé. Gente é de uma beleza, que só lendo mesmo.

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